Curso
de Pedagogia – Licenciatura
Disciplina:
Língua Portuguesa I
Professora:
Dranda. Luciane Sippert
Acadêmica:
Marta Luisa Martins Hendges
Semestre/Ano:
1/2014
Autora:
Elvira Cristina Martins Tassoni
Ano
da Publicação: 2012
Editora:
ECCOS Revista Científica
Número
de Páginas: pp.191-209
O
presente artigo organizado por Elvira Cristina Martins Tassoni, Professora do
Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-CampinasTASSONI, Elvira Cristina
Martins. A leitura e a escrita nos anos
iniciais do Ensino Fundamental: a prática docente a partir da voz dos
alunos. Eccos Revista Cientifica. Núm 27, enero-abril, São Paulo, Brasil,
Universidade Nove de Julho, 2012.p.191-209, em 48 parágrafos, apresenta um
estudo que explorou as práticas escolares de leitura e de escrita nos anos
iniciais do Ensino Fundamental. Observadas as classes do 1° ao 5° ano,
buscou-se identificar atividades de leitura e escrita com a intenção de
apresentar tipos de situações de uso de linguagem mais frequentes em sala de
aula.
Na
introdução da obra a autora expressa que as discussões sobre a alfabetização
sempre despertaram muito interesse e que o objetivo da mesma é contribuir para
discussões sobre as práticas escolares da alfabetização, trazendo para o
cenário a voz dos alunos, no mesmo apresentam-se o resultado de duas pesquisas
(TASSONI; DRAGOJEVIC, 2001; TASSONI, 2011), realizadas de maneira articulada e
complementar, em uma escola localizada na cidade de Campinas (SP). A primeira
pesquisa aponta as atividades pedagógicas de escrita e de leitura mais
frequentemente propostas do 1° ao 5° ano e a segunda baseado nas informações da
anterior, realizou entrevistas individuais com parte dos alunos.
Tassoni
aponta necessidades urgentes de mudanças na concepção que se tinha até então de
escrita, de leitura e de ensino e de aprendizagem de ambas. Para tanto retoma Leite
(2001) que impulsionou uma revisão das práticas pedagógicas envolvendo o ensino
da escrita na escola;menciona experimentos de Luria (1994) pelas contribuições
da psicologia; as reflexões de Vigotski (1991) sobre o desenvolvimento da
escrita na criança e as pesquisas de Ferreiro e Teberosky (1985) que influenciaram
grandemente o trabalho comalfabetização na escola.
Na
articulação entre alfabetização e letramento,a alfabetização refere-se à ação de
ensinar – aprender a convenção alfabética e ortográfica da escrita. Segundo
Soares(Tasssoni 2012) o letramento, é o estado ou condição que um indivíduo ou
grupo social adquire como consequência de ter-se apropriado da escrita e de
suas práticas sociais.
A
pesquisa em sala de aula apontou que no 1º e 2º ano havia uma intensificação de
procedimentos mecânicos no trabalho com as letras, observadas as atividades, em
sua grande maioria, envolveram a identificação e o traçado de letras e
sílabas.A produção de texto foi observada em uma aula de educação artística
onde a partir de uma figura de carimbo os estudantes completavam a cena com desenho
e escreviam uma pequena história.No 3º,4º e 5º ano as atividades envolveram a
leitura e a sistematização da ortografia, que sugere um espaço para oportunizar
a ampliação e consolidação do domínio do sistema alfabético.A maior diversidade
de gêneros textuais foi observada no 5º ano onde ocorre à busca de reflexão
sobre a língua pelo trabalho de reestruturação de textos. Alfabetização e
letramentose constituem em ações que se concretizam separadamente.
Convém
ressaltar que a autora revela a opinião dos estudantes a partir das falas sobre
as vivências em sala de aula sobre a leitura e a escrita quepossibilitou conhecer
pontos de vista próprios do universo infantil e a importância para a vida de
cada um,possibilitando aprender sobre as coisas que o cercam, bem como ser
valorizado pelas pessoas em razão de tal saber. Tais pesquisas apontam que as
crianças reconhecem que saber ler e escrever é a porta de acesso aos saberes
acumulados histórica e socialmente pela humanidade.
No
17º parágrafo a autora destaca que Lemos (2009, p.17), ao discutir a aquisição
da escrita, destaca que muitas vezes espera-se que este objeto “[...] se torne
transparente pela simples apresentação ou exposição de relações entre letras e
sons, quer sob a forma de sílabas, quer sob a forma de palavras, quer sob a
forma de textos ou do que se supõe que umas e outros ‘ querem dizer”.
Tassoni(2012),
expressa que as práticas pedagógicas que se distanciam da reflexão linguística,
da discussãodas regularidades, do reconhecimento da complexidade que envolve a
compreensão do sistema alfabético e ortográfico da escrita, podem levar a uma
aprendizagem sem significado, afastando os alunos da leitura e da escrita.
Convém apontar que os alunos querem ser corrigidos e este é um ponto muito
significativo.
Acompanhado
de inúmeros destaques de estudantes sobre a abordagem da leitura e da escrita o
presente artigo apresenta os diversos motivos pelos quais os estudantes perdem
o interesse, um deles é a cópia sem uma finalidade explícita, que cansa, dói e
leva à distração, pois não está implícito um recurso que promove avanço na
compreensão da escrita.
Sobre
a produção de textos se evidenciou nos comentários dos estudantes que estes
momentos eram muito bem vistos, embora fosse considerado um grande desafio,
produzia grande aprendizado e uma aproximação maior com a docente que ensinava
como fazer. No 1° ano os estudantes além de destacarem a importância de
escrever histórias, expressaram também a possibilidade de diversificar
procedimentos e materiais. No 2° e no 3° ano foi o desafio que a produção de
textos traz, colocando em relação o pensar e o aprender. No 4° e 5° ano se
destacou a possibilidade de aprender sobre a escrita de diferentes gêneros e
sobre as convenções textuais.
Identificou-se
nos dizeres dos alunos que a produção de texto oral é um procedimento que
contribui para a produção escrita posterior e a autora cita Lemos (2009, p.29,
grifo da autora) o papel do professor é o de interprete ‘’Lendo para criança,
interrogando sobre o sentido do que ‘escreveu’, escrevendo para a criança ler,
[...] insere-a no movimento linguístico – discursivo da escrita’’.Segundo Weis
(apud, MORAES, 2009, p.15) ‘’[...] Aprender a produzir textos é aprender a
mover-se num espaço intertextual. ’’
Tassoni
(2012) ,em sua pesquisa aponta dados onde à leitura feita pelas professoras se
restringia ao material didático, revelando uma baixa frequência de leitura de
textos literários com a finalidade de fruição. É preciso que o estudante se
prepare, estude o texto, para que possa de fato se constituir um leitor, por
meio de situações com chances de maior sucesso, constituindo este artigo relevante
no processo de captação e estudo de dados escolares nesta área.
Este
artigo apresenta a avaliação das atividades de leitura e escrita do 1° ao 5°
ano apontando que a escola é reconhecida como o lugar legítimo de aprendizagem
e, ler e escrever se constituem em portas de acesso ao conhecimento valorizado
pela sociedade . Sendo, portanto , recomendado aos docentes que atuam principalmente nos anos iniciais
trazendo para o cenário a voz dos estudantes.
Referências
LEITE, S.A.S. (Org).
Alfabetização em destaque. Campinas: Mercado de Letras, 2010.
LEMOS, C.T.J. Sobre a
aquisição da escrita: algumas questões. In: Rojo, R (Org.). Alfabetização e
letramento; perspectivas linguísticas. 4. Reimpr. Campinas: Mercado de Letras,
2009. P.13-32.
LURIA, A.R.; LEONTIEV, A.N.
Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: ícone, 1994.
_____.M.; DRAGOJEVIC, H. As
praticas de escrita nas séries iniciais no Ensino Fundamental. Relatório de
Pesquisa, ago. 2011.
FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A.
Psicogênese da língua escrita. Tradução Diana M. Lichtenstein, Liana Di Marco,
Mário Corso. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
VIGOSTKY, L.S.A formação
social da mente. 4. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
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